O século XXI nasceu, e com
ele, um novo paradigma educacional surge: o “mundo midiático”, onde é a
velocidade das informações que determinam o que se deve ou não aprender. Assim,
indispensável se faz selecionar o que é importante para o uso do individuo, tanto
de cunho individual quanto coletivo-social, assim, para que esta aprendizagem
se concretize de fato, indispensável se faz que esta seja construída sobre os
pilares de sustentação deste paradigma: “aprender a conhecer, isto é adquirir os
instrumentos da compreensão; aprender a fazer, para poder agir sobre o meio
envolvente; aprender a viver juntos, a fim de participar e cooperar com os
outros em todas as atividades humanas; finalmente aprender a ser, via essencial
que integra as três precedentes” – de acordo com Jacques Delors.
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Nota-se que dos pilares de sustentação dos novos
paradigmas educacionais, dois se destacam em razão da sua importância – “o aprender
a conhecer e, em menor escala, para o aprender a fazer”.
Se o aprender, neste mundo de gigantesca velocidade,
é a palavra primordial, importante se faz selecionar “o quê aprender”, assim,
“aprender a conhecer” é fundamental para que o indivíduo possa distinguir os
conteúdos necessários à vida pessoal e para o seu círculo social, construindo,
inclusive, aquilo que será útil para si e para os demais no seu futuro
profissional/financeiro.
Quem aprende a conhecer o que é essencial para si e
para os outros, obviamente aprenderá a fazer, pois este irá valorizar tal
aprendizagem em razão da sua criticidade a esta necessidade. E por tal razão,
Jacques Delors tem o “aprender a fazer” como de menor valor, mas importante
para a construção dos novos conhecimentos no mundo da velocidade da fibra
ótica.
Aquele que “aprende a conhecer”, logo, também
“aprende a viver juntos” e “aprende a ser”, afinal, este conhece e reconhece
que a vida só se constrói em grupo e, socialmente, se descobre através da sua
cultura, das suas raízes, mantendo aquilo que lhe é importante para a
manutenção e crescimento do grupo ao qual pertence, abandonando a inutilidade
dos antigos paradigmas, ainda utilizados por escolas e professores que procuram
copiar o sistema das escolas jesuíticas.
Professores e escolas têm, necessariamente, que
perceber as mudanças ocorridas no mundo e, independentemente de onde esteja
localizada a escola, estas transformações a atingiram, assim, urgente se faz a
mudança na metodologia a ser utilizada pelos agentes de formação e construção
da educação local.
Foto do arquivo pessoal do autor
A “construção do individuo” se dá através do
respeito que se tem de si e, por conseguinte, de sua cultura. “Construir” o
cidadão respeitando a sua coletividade é a melhor forma de educá-lo dentro de
uma criticidade sobre aquilo que precisa ser reformulado ou mantido dentro do
seu grupo social para o crescimento deste. Assim, o sistema educacional jamais
poderá se afastar do mundo imediato do aluno e deve, sim, abandonar por
completo os pacotes que vêm prontos e são comprados por governos na implantação
de tais sistemas, desrespeitando totalmente a cultura dos discentes,
alienando-os e destruindo aquilo que foi construído por seus antepassados.
O desafio tecnológico e a consciência
ecológica cultural renovam a capacidade de pensar através dos paradigmas
holomônicos, sustentando, assim, o princípio unificador do “aprender a conhecer”,
para que, em torno do ser humano, seja valorizado o seu cotidiano, o seu vívido,
o pessoal, a singularidade, o entorno, o acaso e outras categorias, como: decisões,
projetos, ruídos, ambiguidades, escolhas, sínteses, vínculos e a totalidade do
mesmo.
Respeitar esse ser, através
de uma construção sócio-política, fará com que esse indivíduo se construa no
dia a dia através do autoconhecimento e no conhecimento do seu mundo,
construindo-o e o reconstruindo sempre que houver necessidade.
Conhecer a si, ao grupo a
que pertence e, por conseguinte, a sua cultura, criará em cada membro formador
de uma comunidade escolar o espírito de independência e de criticidade,
querendo que cada um ali envolvido se torne agente transformador de todos os grupos
sociais a que pertencem através daquilo que de fato necessitam para o
crescimento de todos e não apenas das unidades.
Faz-se urgente a necessidade de que cada individuo
docente e cada unidade educacional se transforme para transformar através
destes paradigmas educacionais, considerando o outro como um ser em constante
transformação evolutiva nesta sociedade de velocidade midiática e de
informações de gigantesca velocidade, onde cada texto está diretamente ligado a
outro e a contextualização de todos perpassa, necessariamente, pela realidade de
cada ser e indivíduo pertencente a quaisquer dos grupos sociais a que
pertençam, porém, nenhum pode fugir do seu eu imediato, pois para que se
conheça o mundo, indispensável se faz conhecer a si e disto não poderá, jamais, fugir o professor, que mais do que nunca, deverá procurar conhecer a si, conhecer aos seus alunos, conhecer o mundo didiático e deste fazer uso em suas atividades diárias, tanto como pessoa quanto como profissional em suas práticas pedagógicas.