domingo, 1 de julho de 2012

O SÉCULO XXI E OS PILARES EDUCACIONAIS


O século XXI nasceu, e com ele, um novo paradigma educacional surge: o “mundo midiático”, onde é a velocidade das informações que determinam o que se deve ou não aprender. Assim, indispensável se faz selecionar o que é importante para o uso do individuo, tanto de cunho individual quanto coletivo-social, assim, para que esta aprendizagem se concretize de fato, indispensável se faz que esta seja construída sobre os pilares de sustentação deste paradigma: “aprender a conhecer, isto é adquirir os instrumentos da compreensão; aprender a fazer, para poder agir sobre o meio envolvente; aprender a viver juntos, a fim de participar e cooperar com os outros em todas as atividades humanas; finalmente aprender a ser, via essencial que integra as três precedentes” – de acordo com Jacques Delors.
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Nota-se que dos pilares de sustentação dos novos paradigmas educacionais, dois se destacam em razão da sua importância – “o aprender a conhecer e, em menor escala, para o aprender a fazer”.
Se o aprender, neste mundo de gigantesca velocidade, é a palavra primordial, importante se faz selecionar “o quê aprender”, assim, “aprender a conhecer” é fundamental para que o indivíduo possa distinguir os conteúdos necessários à vida pessoal e para o seu círculo social, construindo, inclusive, aquilo que será útil para si e para os demais no seu futuro profissional/financeiro.
Quem aprende a conhecer o que é essencial para si e para os outros, obviamente aprenderá a fazer, pois este irá valorizar tal aprendizagem em razão da sua criticidade a esta necessidade. E por tal razão, Jacques Delors tem o “aprender a fazer” como de menor valor, mas importante para a construção dos novos conhecimentos no mundo da velocidade da fibra ótica.
Aquele que “aprende a conhecer”, logo, também “aprende a viver juntos” e “aprende a ser”, afinal, este conhece e reconhece que a vida só se constrói em grupo e, socialmente, se descobre através da sua cultura, das suas raízes, mantendo aquilo que lhe é importante para a manutenção e crescimento do grupo ao qual pertence, abandonando a inutilidade dos antigos paradigmas, ainda utilizados por escolas e professores que procuram copiar o sistema das escolas jesuíticas.
Professores e escolas têm, necessariamente, que perceber as mudanças ocorridas no mundo e, independentemente de onde esteja localizada a escola, estas transformações a atingiram, assim, urgente se faz a mudança na metodologia a ser utilizada pelos agentes de formação e construção da educação local.

 Foto do arquivo pessoal do autor

A “construção do individuo” se dá através do respeito que se tem de si e, por conseguinte, de sua cultura. “Construir” o cidadão respeitando a sua coletividade é a melhor forma de educá-lo dentro de uma criticidade sobre aquilo que precisa ser reformulado ou mantido dentro do seu grupo social para o crescimento deste. Assim, o sistema educacional jamais poderá se afastar do mundo imediato do aluno e deve, sim, abandonar por completo os pacotes que vêm prontos e são comprados por governos na implantação de tais sistemas, desrespeitando totalmente a cultura dos discentes, alienando-os e destruindo aquilo que foi construído por seus antepassados.
O desafio tecnológico e a consciência ecológica cultural renovam a capacidade de pensar através dos paradigmas holomônicos, sustentando, assim, o princípio unificador do “aprender a conhecer”, para que, em torno do ser humano, seja valorizado o seu cotidiano, o seu vívido, o pessoal, a singularidade, o entorno, o acaso e outras categorias, como: decisões, projetos, ruídos, ambiguidades, escolhas, sínteses, vínculos e a totalidade do mesmo.
Respeitar esse ser, através de uma construção sócio-política, fará com que esse indivíduo se construa no dia a dia através do autoconhecimento e no conhecimento do seu mundo, construindo-o e o reconstruindo sempre que houver necessidade.
Conhecer a si, ao grupo a que pertence e, por conseguinte, a sua cultura, criará em cada membro formador de uma comunidade escolar o espírito de independência e de criticidade, querendo que cada um ali envolvido se torne agente transformador de todos os grupos sociais a que pertencem através daquilo que de fato necessitam para o crescimento de todos e não apenas das unidades.
Faz-se urgente a necessidade de que cada individuo docente e cada unidade educacional se transforme para transformar através destes paradigmas educacionais, considerando o outro como um ser em constante transformação evolutiva nesta sociedade de velocidade midiática e de informações de gigantesca velocidade, onde cada texto está diretamente ligado a outro e a contextualização de todos perpassa, necessariamente, pela realidade de cada ser e indivíduo pertencente a quaisquer dos grupos sociais a que pertençam, porém, nenhum pode fugir do seu eu imediato, pois para que se conheça o mundo, indispensável se faz conhecer a si e disto não poderá, jamais, fugir o professor, que mais do que nunca, deverá procurar conhecer a si, conhecer aos seus alunos, conhecer o mundo didiático e deste fazer uso em suas atividades diárias, tanto como pessoa quanto como profissional em suas práticas pedagógicas.

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